quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Resenha do livro - Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica.

DIAS, Fátima Regina Teixeira de Salles; FARIA, Vitória Líbia Barreto de. Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os elementos da Proposta Pedagógica. São Paulo: Scipione, 2007.
            O livro foi escrito a partir das experiências e dos conhecimentos construídos ao longo da carreira das autoras com relação à Educação Infantil.
            Ele foi compilado em três capítulos. No primeiro intitulado “O currículo como um dos elementos da Proposta Pedagógica”, as autoras discutem sobre a Proposta Pedagógica como parte do currículo, sendo ela a construção da identidade, da organização e da gestão do trabalho pedagógico dentro da escola.
            Esse processo de construção é imbuído de crenças, valores, concepções que exercem e sofrem influências na ação pedagógica como também no processo de avaliação seja da instituição, seja dos alunos.
            A proposta pedagógica está ainda referendada por leis que normatizam sua estrutura e seu papel histórico nas lutas por conquistas na Educação Infantil, por isso faz necessário na sua elaboração observar alguns critérios, tais como: os objetivos (Para quê?), a quem se destina (Para quem?), os sujeitos de sua elaboração (Por quem é elaborada?) reafirmando a necessidade de um trabalho coletivo e reflexivo sobre a prática educativa desenvolvida na escola.
            As autoras chamam a atenção a respeito da articulação da proposta pedagógica da escola com as normatizações referendadas pelos Conselhos de Educação devendo ser contempladas nas instituições de Educação Infantil particularidades das dimensões do cuidar-educar.
            O primeiro capítulo é concluído considerando que é importante na elaboração da proposta pedagógica a inclusão da história da instituição, o contexto em que ela está inserida, sua estrutura, sua filosofia e as intenções quanto à organização do tempo, do espaço e da gestão do trabalho, incluindo o currículo.
            No segundo capítulo, “O currículo na Educação Infantil: as relações da criança com os conhecimentos da natureza e da cultura”, as autoras partem da concepção de criança, de suas formas privilegiadas de aprender e de se desenvolver em uma perspectiva sociocultural. Além disso, discutem o papel da escola e da instituição de educação infantil na constituição da identidade da criança como sujeito histórico-cultural e ainda mostram os conhecimentos, atitudes, procedimentos e valores que devem ser trabalhados apresentando as diversas possibilidades de apropriação, criação e recriação da cultura dentro de conhecimentos formais e informais sobre as linguagens, a sociedade e a natureza.
            Nessa fase de 0 a 6 anos a criança está em pleno desenvolvimento físico-motor construindo as relações com o mundo que a cerca, com o outro, com os objetos, começam a adquirir e desenvolver sua capacidade simbólica, a fase da brincadeira, da imitação, desenvolvendo assim múltiplas linguagens que nessa fase da Educação Infantil é essencial, assimilando a cultura historicamente construída, e produzindo também cultura e conhecimentos numa perspectiva de mundo numa visão macro, globalizada e informatizada.
            A escola nesse processo é caracterizada como um espaço de acesso a conhecimentos ditos como formais que permitem novas formas de pensamento e comportamento construídos historicamente e culturalmente pela humanidade através de interações entre os sujeitos e de forma intencional. Por isso, cabe ao professor promover intencionalmente aprendizagens significativas para as crianças conduzindo-as para esses conhecimentos historicamente acumulados.
            E por fim no terceiro capítulo cujo título é “O currículo em ação na Instituição de Educação Infantil”, as autoras mostram experiências práticas mostrando como os diversos elementos da Proposta Pedagógica se articulam no fazer cotidiano dos professores que trabalham com crianças de 0 a 6 anos.
Essa articulação se dá através das metodologias adotadas pelo professor e se baseiam através das crenças, valores e concepções que o profissional tem sobre educação, currículo, criança e, além disso, envolvem posturas, atitudes, procedimentos, estratégias e ações.
            Portanto, é fundamental o professor de Educação Infantil participar da elaboração da proposta pedagógica da instituição na qual está inserido, conhecer o currículo da Educação Infantil, refletir sobre sua execução na prática de sala de aula para poder opinar sobre o que funciona ou não, na prática cotidiana. Mas para isso é necessário o conhecimento e uma prática pedagógica reflexiva, uma participação efetiva dentro da escola, sendo um colaborador constante, um profissional engajado e preocupado com o bem maior da instituição de educação infantil que são as crianças.
            A leitura do livro é de suma importância para pesquisadores, gestores, professores e estudantes que se interessam pelo universo da Educação Infantil.
Vitória Líbia Barreto de Faria é graduada em História pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Fátima Regina Teixeira de Salles Dias é graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais com especialização em Educação Infantil.
Gina Morais Silva, pós-graduanda do Curso de Especialização em Educação Infantil pela Universidade de Brasília e professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Resenha do Estudo 2: Infância e Educação no Brasil – Um campo de estudos em construção.


QUINTEIRO, Jucirema. Infância e Educação no Brasil: Um campo de estudos em construção. In: FARIA, Ana Lúcia G. de; DEMARTINI, Zeila de Brito F.; PRADO, Patrícia Dias (Orgs.). Por uma cultura da infância: metodologias de pesquisa com crianças. Campinas, SP: Autores Associados, 2009, p.19-47.

            O presente texto é fruto de um trabalho apresentado na 24ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) no ano de 2001, na sessão especial organizada pelo GT 07 cujo título era “Infância e educação: abordagens metodológicas na pesquisa educacional”.
 Tem por objetivo discutir aspectos teóricos e metodológicos da pesquisa com a infância baseado na perspectiva sociológica tentando compreender quais as concepções de mundo e de escola que as crianças possuem. Além disso, busca contribuir no processo de formação de professores dando enfoque numa perspectiva de cultura da infância sendo a escola um espaço privilegiado para o mundo da criança. O texto foi dividido em três seções possuindo ao todo vinte e oito páginas.
            A autora inicia o texto contextualizando a dificuldade encontrada na pesquisa quando a criança deixa de ser o “sujeito” e passa a ser o “objeto” da mesma, sendo apregoada a idéia de que a “criança pobre” é a culpada pelo fracasso da escola pública.
            Há uma abordagem a respeito da vasta produção sobre o tema infância no campo da educação em nosso país, porém há poucas produções no que se refere às culturas infantis. Isso se deve ao pouco espaço destinado as falas das crianças e quando a mesma aparece é considerada sem importância.
            Encontram-se ainda muitas barreiras sobre a confiabilidade e a respeitabilidade do testemunho infantil nas pesquisas no campo da sociologia, mesmo a etnografia e a história oral serem reconhecidas como recursos metodológicos eficientes na análise do ponto de vista das crianças.
            Na primeira seção intitulada “A emergência de uma sociologia da infância na Europa”, a autora reflete sobre a necessidade de uma sociologia da infância, considerando a criança como um ator social, selando um novo paradigma para o estudo da infância.
            A etnografia é o recurso metodológico ideal para esse novo tipo de construção social da infância, objetivando a criação de vínculo do pesquisador com o pesquisado para que haja uma melhor apreensão das falas da criança e uma análise profunda das relações entre educação e infância.
            Na segunda seção cujo título é “Contribuições teóricas acerca da infância no Brasil numa perspectiva sociológica”, a autora faz uma crítica no campo da Sociologia sobre o olhar do pesquisador em ir mais além da descrição das condições sociais do sujeito da pesquisa e emergir na cultura da infância estabelecendo relações entre o fenômeno histórico e a estrutura social.
            Faz um elogio a Antropologia que vem tentando articular em suas pesquisas a educação, infância e alteridade e critica também a Psicologia que vê a criança como um ser a - histórico.
            Na terceira e última seção, “Implicações metodológicas sobre a infância na escola” discute as relações entre educação, infância e escola e demonstra o quanto a criança está sendo excluída dentro de um espaço que era para ser dela, ou seja, a própria escola.
            Para investigar tal fenômeno é necessário que a pesquisa abarque uma série de elementos constitutivos da história da infância, da pedagogia e da escola entendendo que tanto a criança como a escola são representações sociais construídos através de um processo histórico.
            Para isso é necessário cautela do investigador tanto do ponto de vista conceitual como do ponto de vista metodológico, sendo a etnografia caracterizada como o recurso metodológico mais adequado para captar as ideias contidas na fala das crianças e a observação mais detalhada sobre os fatos dentro do âmbito escolar.
            Assim, percebemos o quanto a fala das crianças é um importante recurso para uma análise mais detalhada das relações implicadas dentro da escola. Um fenômeno que nos chama a atenção é a questão colocada pela autora a respeito das múltiplas repetências que a criança muitas das vezes passa durante o seu período de permanência na escola, em que no texto foi apresentado não como um problema meramente social, mas sim com certa culpa dos professores.
Essa questão é muito mais profunda do que imaginamos e é claro não pode ser esgotada em apenas um artigo, porém devemos analisar essa afirmação com bastante cuidado, pois temos sim um problema social quando percebemos o afastamento da família no processo de aprendizagem do filho, ou quando o aluno mostra desinteresse pelas aulas e até mesmo, pelo que considero o mais grave, quando o aluno percebe que não precisa mais estudar e se dedicar para ser promovido para a série ou ciclo seguinte.
No futuro esse aluno considerado “pobre” terá que competir em uma sociedade capitalista com os alunos que estudaram em escolas privadas de qualidade, que tiveram que se dedicar e estudar para conseguir passar de ano e então na hora de uma disputa de vaga pelo emprego os alunos dedicados irão conseguir a vaga e o outro continuará marginalizado e excluído socialmente.
Temos que pensar sim em uma sociedade mais justa, com oportunidades para todos, mas não podemos esquecer-nos de nossa função social de formadores de cidadãos que possam ter um futuro melhor, e para isso a dedicação é necessária.
A leitura do texto é importante para pesquisadores nas áreas de Sociologia, Educação e Psicologia, também para estudantes nas áreas das Ciências Humanas e demais interessados na área da infância.
Jucirema Quinteiro é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina; doutora em Educação pela Faculdade de Educação da UNICAMP; professora do Departamento de Metodologia de Ensino do Centro Ciências da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, linha de Educação e Infância; coordenadora do Grupo de Estudos sobre Educação, Infância e Escola – GEPIEE. Escreveu em 1998 o livro “A realidade das escolas nas grandes metrópoles” pela editora Loyola e em 2005 publicou um artigo intitulado “A participação da criança como Tema Transversal do Currículo: um desafio nas séries iniciais” na revista Espaço Acadêmico nº 52, set/2005.
Gina Morais Silva, pós-graduanda do Curso de Especialização em Educação Infantil pela Universidade de Brasília e professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

Resenha do Estudo 1: Infância, Pesquisa e Relatos Orais


DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri. Infância, Pesquisa e Relatos Orais In: FARIA, Ana Lúcia G. de; DEMARTINI, Zeila de Brito F.; PRADO, Patrícia Dias (Orgs.). Por uma cultura da infância: metodologias de pesquisa com crianças. Campinas, SP: Autores Associados, 2009, p.1-17.

            O texto aborda a respeito dos desafios quando se lida com crianças, as relações entre pesquisa e infância e também sobre a importância de aprender a ouvir crianças e jovens.
            A primeira preocupação da autora foi levar ao leitor a reflexão sobre os conceitos de criança e infância, salientando que há diferentes tipos de criança e de infância, como também em relatos sobre crianças, sobre infância e relatos da própria criança.
            Dentre estes conceitos o que vem sendo menos discutido é o relato pelas próprias crianças, sendo este de grande potencial para as pesquisas, pois elas possuem uma capacidade de memória e de linguagem extraordinárias, e essa atividade de escuta reforçaria a sua identidade em relatar suas próprias vivências e experiências.
            Outra questão enfatizada no texto é a falta de interesse da Sociologia em se estudar o universo infantil, partindo do pressuposto de que toda criança é igual abordando-a de forma genérica e esquecendo-se que cada criança tem sua especificidade.
            A autora diz que há uma nova possibilidade em pesquisa com crianças e ainda pouco explorada, partindo da análise da representação artística das mesmas, seja no campo da observação dos relatos ou em suas atuações nas várias manifestações artísticas como teatro, cinema e televisão.
            Com relação à coleta dos relatos ela faz alusão da entrevista com crianças, em que se faz necessário dar importância as conversas preliminares ao invés de seguir o roteiro de entrevista propriamente dito, como também manter uma relação de confiança deixando-as livres para escolherem se desejam ou não participar da entrevista.
            A autora finaliza seu texto afirmando que a análise desses relatos pelas crianças é o maior desafio do pesquisador.
            O texto reforça uma questão essencial na área da pesquisa em educação que é a escuta sensível do pesquisador sobre a opinião e o relato das crianças. Em suma, costuma-se olhar a criança apenas como um “objeto” da pesquisa e as análises são feitas dentro da visão do adulto esquecendo que a criança pode participar como sujeito demonstrando seus sentimentos, desejos e opiniões acerca de suas experiências no mundo em que vive, seja ele a escola ou a própria sociedade.
            Esse texto é interessante para pesquisadores nas áreas de Sociologia, Educação e Psicologia, também para estudantes das áreas das Ciências Humanas e demais interessados na área da infância.
            A autora do texto, Zeila de Brito Fabri Demartini, é professora colaboradora da pós-graduação em educação da UNICAMP (GEPEDISC), pesquisadora do Centro de Estudos Rurais e Urbanos da Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora do CNPq e professora doutora da Faculdade de Educação da Universidade Metodista de São Paulo. Defendeu em 1979 sua tese de Doutorado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na Universidade de São Paulo cujo tema é Observações sociológicas sobre um tema controverso: população rural e educação em São Paulo e, em 1984 escreveu o artigo “Velhos mestres das novas escolas: um estudo das memórias de professores da Primeira República em São Paulo” publicado em Cadernos CERU, n. 19, pp. 197-205.
            Gina Morais Silva, pós-graduanda do Curso de Especialização em Educação Infantil pela Universidade de Brasília e professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
           
           

           

domingo, 5 de junho de 2011

Resumo comentado do texto – “Crianças e infâncias, sujeitos de investigação: bases teórico-metodológicas”

Resumo comentado do texto – “Crianças e infâncias, sujeitos de investigação: bases teórico-metodológicas”
Gina Morais Silva[1]
FRANCISCHINI, Rosângela & CAMPOS, Herculano Ricardo. Crianças e infâncias, sujeitos de investigação: bases teórico-metodológicas. In: CRUZ, Silvia H. Vieira (Org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008, p.102-117.
                   O texto é sobre um trabalho publicado nos Anais do IV Fórum de Investigação Qualitativa/III Painel Brasileiro/Alemão de Pesquisa realizado no ano de 2005 e tem como objetivo discutir as especificidades teórico-metodológicas da investigação com crianças.
                   A discussão emergida no texto é baseada em dois enfoques: sociocultural e discursivo.
                   Os autores iniciam o texto falando que a concepção de infância que hoje entendemos é uma construção traçada pela modernidade, pois Ariès (1981,apud FRANCISCHINI & CAMPOS, 2008, p. 103) em seus estudos afirma que “as formas pelas quais os adultos concebem a criança vêm sofrendo alterações desde o final da Idade Média (século XVI)”.
                   As concepções de infância influenciaram tanto a pedagogia tradicional, quanto a pedagogia nova e nortearam também as pesquisas com criança, pois se em uma a criança era vista como objeto da pesquisa na outra passou a ser considerada sujeito dela.
                   A partir da década de 80 com os estudos de Vigotsky, as interações sociais e culturais foram tomando frente nas pesquisas nas áreas da Psicologia, Linguística e Educação. Mais tarde, o pensamento de Bakhtin a respeito da linguagem verbal toma forma incorporando uma nova maneira de se entender às funções psicológicas superiores e como essas interações influenciam nas crenças, valores e concepções na vida dos sujeitos, ressignificando sua cultura e sua prática social.
                   É ressaltada no texto a interação entre o sujeito-pesquisador e o sujeito-criança que para os autores é uma relação assimétrica, pois há uma diferença entre idade e competência e querendo ou não há uma relação de poder exercido pelo adulto sobre a criança.
                   No que concerne à investigação, muito ainda há de ser pesquisado no campo dos aspectos da vida da criança, podendo aí ser realizado um trabalho investigativo analisando aspectos afetivos, cognitivos e sociais das crianças, deixando que sua história seja contada por elas mesmas sem a interferência do adulto.
                   Para que a criança se sinta à vontade é necessário que o pesquisador busque procedimentos de sua própria vivência. Tais procedimentos poderiam ser: histórias narradas por elas mesmas, brincadeiras, principalmente aquelas voltadas para situações de faz-de-conta, produções de desenhos e pinturas livres ou com objetivos definidos pelo pesquisador, como também a bricolage, que é uma técnica na qual se utiliza materiais de sucata onde as crianças podem construir objetos diversos criando e recriando seu cotidiano.
                   Portanto, estas foram algumas propostas deixadas pelos autores para o trabalho de pesquisa com crianças, mas há ainda outras possibilidades sendo necessário aperfeiçoar o olhar para o universo infantil, enxergando na infância uma vasta e rica produção cultural a ser explorada e pesquisada.
                       




[1] Aluna do Curso de Especialização em Educação Infantil - UNB e Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

Frio na barriga...

Monografia chegando e o frio na barriga também.
Contagem regressiva, tenho certeza que esses seis meses vão voar...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Resumo comentado do texto – “Espaços de narrativa: onde o eu e o outro marcam encontro”.

Resumo comentado do texto – “Espaços de narrativa: onde o eu e o outro marcam encontro”.
Gina Morais Silva[1]
LEITE, Maria Isabel. Espaços de narrativa: onde o eu e o outro marcam encontro. In: CRUZ, Silvia H. Vieira (Org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008, p.118-140.
            A autora inicia seu texto falando sobre como a pesquisa com crianças vem se desenvolvendo no decorrer dos anos, porém salienta que esse assunto ainda precisa de muita reflexão e discussão.
            O objetivo do texto é contribuir para uma nova forma de pensar a pesquisa com a criança e buscar novas maneiras de se recolher e ressignificar o conceito de narrativa dentro do âmbito da pesquisa.
            Há no texto uma busca em diferentes autores para tratar de um aspecto fundamental nas pesquisas com crianças que é o diálogo com elas. Não basta observar a criança é preciso direcionar o olhar aos seus gestos, sentimentos e principalmente a sua fala como ser social e cidadã de direitos.
            A visão que o pesquisador tem da criança é permeada pela idéia e/ou concepção de infância centrada em um modo adultocêntrico, ou seja, ela é vista como um ser em formação, como sujeito passivo, um ser em falta.
            O Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação Estética, na qual a autora faz parte, realizou uma análise em diversas pesquisas e resolveram abordar a criança como sujeito co-participante em diversos estudos onde se construiu estratégias teórico-metodológicas de investigação e de participação das crianças.
            O primeiro aspecto abordado é a necessidade de se criar espaços de narrativa com crianças querendo saber se elas desejam participar da pesquisa. Esse querer implica sua autorização para o uso de suas falas, desenhos, imagens, enfim, toda produção realizada pela criança no momento da execução da pesquisa.
            Outro fato que se torna interessante são os encontros em grupo, o que facilita a linguagem e proporciona a interação das crianças com diferentes papéis sociais e aprimora a sua relação com o outro.
            Nestes momentos se faz necessário uma atenção do pesquisador com a sua própria linguagem corporal, seus gestos e olhares para que não iniba ou force a criança a fazer o que ele deseja.
            A linguagem seja ela verbal, corporal, gráfica, teatral ou em qualquer outra manifestação é central nos espaços de narrativas em pesquisas com criança, pois é por meio delas que a criança irá externar suas experiências e desenvolver sua imaginação, tendo esta um espaço privilegiado na pesquisa.
            Dentro dos espaços de narrativas encontra-se também às brincadeiras, às histórias e outras propostas artísticas, facilitando a confiança das crianças no pesquisador permitindo a integração entre eles por meio do prazer, da expressão e da ludicidade.
            O registro dessas impressões e falas da criança merece destaque. É nesse ponto que entra a dimensão ética da pesquisa, pois além da parte burocrática onde deve ser solicitada a autorização familiar para a realização da pesquisa é importante que também se converse com a criança para que ela autorize a gravação de sua fala e de sua imagem.
             A autora ressalta a importância de deixar os equipamentos de filmagem e gravação serem explorados pelas crianças, para que possam ficar a vontade no momento da coleta de dados.
            E por fim, o texto ainda esclarece sobre o anonimato do nome verdadeiro das crianças, deixando claro que, inventar outro nome ou apenas colocar as iniciais do nome da criança faz com que sua identidade como sujeito co-participante fique comprometida. Assim, para que a criança se reconheça na pesquisa há uma sugestão na qual ela mesma escolhe um apelido para representá-la.





[1] Aluna do Curso de Especialização em Educação Infantil - UNB e Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Considerações Finais

            Quando a professora Maysa nos comunicou sobre a elaboração do portifólio como um dos instrumentos avaliativos da disciplina, pensei logo, em como ele seria feito, mas no mesmo instante que ela disse que poderia ser também um blogfólio me vi tentada e desafiada em inovar.
            Confesso que para mim não foi uma tarefa muito fácil e ainda me pego escorregando em tanta tecnologia. Só escuto todo mundo falando: _ Fazer um blog é fácil! Ele é autoexplicativo! Pode ser, mas para mim foi e ainda é um bicho-de-sete-cabeças. Como faço para colocar um link? Essa é a pergunta que não quer calar!
            Enfim, terminou a disciplina, terminou o blog e eu ainda não descobri como colocar esse tal link. Isso é que dá uma “analfabeta virtual” inventar moda de escrever um blog.
            Mas, gostei da experiência e pretendo continuar com ele... mesmo sem link.