domingo, 5 de junho de 2011

Resumo comentado do texto – “Crianças e infâncias, sujeitos de investigação: bases teórico-metodológicas”

Resumo comentado do texto – “Crianças e infâncias, sujeitos de investigação: bases teórico-metodológicas”
Gina Morais Silva[1]
FRANCISCHINI, Rosângela & CAMPOS, Herculano Ricardo. Crianças e infâncias, sujeitos de investigação: bases teórico-metodológicas. In: CRUZ, Silvia H. Vieira (Org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008, p.102-117.
                   O texto é sobre um trabalho publicado nos Anais do IV Fórum de Investigação Qualitativa/III Painel Brasileiro/Alemão de Pesquisa realizado no ano de 2005 e tem como objetivo discutir as especificidades teórico-metodológicas da investigação com crianças.
                   A discussão emergida no texto é baseada em dois enfoques: sociocultural e discursivo.
                   Os autores iniciam o texto falando que a concepção de infância que hoje entendemos é uma construção traçada pela modernidade, pois Ariès (1981,apud FRANCISCHINI & CAMPOS, 2008, p. 103) em seus estudos afirma que “as formas pelas quais os adultos concebem a criança vêm sofrendo alterações desde o final da Idade Média (século XVI)”.
                   As concepções de infância influenciaram tanto a pedagogia tradicional, quanto a pedagogia nova e nortearam também as pesquisas com criança, pois se em uma a criança era vista como objeto da pesquisa na outra passou a ser considerada sujeito dela.
                   A partir da década de 80 com os estudos de Vigotsky, as interações sociais e culturais foram tomando frente nas pesquisas nas áreas da Psicologia, Linguística e Educação. Mais tarde, o pensamento de Bakhtin a respeito da linguagem verbal toma forma incorporando uma nova maneira de se entender às funções psicológicas superiores e como essas interações influenciam nas crenças, valores e concepções na vida dos sujeitos, ressignificando sua cultura e sua prática social.
                   É ressaltada no texto a interação entre o sujeito-pesquisador e o sujeito-criança que para os autores é uma relação assimétrica, pois há uma diferença entre idade e competência e querendo ou não há uma relação de poder exercido pelo adulto sobre a criança.
                   No que concerne à investigação, muito ainda há de ser pesquisado no campo dos aspectos da vida da criança, podendo aí ser realizado um trabalho investigativo analisando aspectos afetivos, cognitivos e sociais das crianças, deixando que sua história seja contada por elas mesmas sem a interferência do adulto.
                   Para que a criança se sinta à vontade é necessário que o pesquisador busque procedimentos de sua própria vivência. Tais procedimentos poderiam ser: histórias narradas por elas mesmas, brincadeiras, principalmente aquelas voltadas para situações de faz-de-conta, produções de desenhos e pinturas livres ou com objetivos definidos pelo pesquisador, como também a bricolage, que é uma técnica na qual se utiliza materiais de sucata onde as crianças podem construir objetos diversos criando e recriando seu cotidiano.
                   Portanto, estas foram algumas propostas deixadas pelos autores para o trabalho de pesquisa com crianças, mas há ainda outras possibilidades sendo necessário aperfeiçoar o olhar para o universo infantil, enxergando na infância uma vasta e rica produção cultural a ser explorada e pesquisada.
                       




[1] Aluna do Curso de Especialização em Educação Infantil - UNB e Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

Um comentário:

  1. Olá, Gina!

    Excelente blogfólio! Fiquei feliz e orgulhosa por você te sido uma das que aceitaram minha proposta de fazer algo diferente na questão do portifólio. Seus textos estão bem escritos e de agradável leitura.

    Se desejar, continue alimentando-o, agora como seu blog sobre Educação Infantil. Sucesso em sua vida pessoal, familiar e profissional!

    Abraços, professora Maysa

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